O QUE FAZER COM OS OBJETOS DESPACHADOS ?

 O QUE FAZER COM OS OBJETOS DESPACHADOS ?

Algumas pessoas sempre me perguntam se é correto pegar esses objetos despachados, nas encruzilhadas, nas cachoeiras e em outros locais, e eu tenho a minha opinião sobre isso.

Tudo que fazemos dentro de nossa religião invoca uma determinada energia, então se o ritual que se foi feito necessita que seja despachado em um dos lugares sagrados para nós, é porque tem que ser feito nesse local. 

Quando Ifá determina um ebó, um presente, etc...

Dentro de sua sabedoria, ele nos diz se pode ser feito dentro de casa ou não, isso por vários motivos, entre eles.

 A energia que vai ser invocada, não pode ficar dentro do seu ilê, ou precisaremos da energia da água ou de outro elemento. 

Então quando vamos a uma cachoeira, por exemplo, sempre nos deparamos com alguidares, louças e até mesmo outros objetos como roupas e bijuterias, que estão ali mediante a um trabalho, ou então foram despachadas por algum motivo, contudo não sabemos esse “motivo”, então vai lá o fulano e pega isso e trás para a sua casa, não sabendo se foi um presente ao orixá, ou então as coisas de alguém que faleceu. 

Você viu o perigo?

Existem casos de pessoas que montam suas casas de candomblé com reciclagem e fazem seus yaos com coisas catadas, se é correto ou não, eu não sei só que eu acredito ainda no orixá e em sua energia, ou seja, você com isso acabara trazendo uma energia de outra pessoa, de outra situação.

Temos que se atentar também aonde fazemos e depositamos nossos ebós, fazendo o possível para deixar na natureza apenas o que é orgânico. 

Somos de uma religião que tem como base a preservação do meio ambiente, porém o que muitas vezes fazemos é destruir. 

Vidro, barros, plásticos, devem ser trazidos de volta ou jogados em caçambas de lixo e você que é zelador (a), e queira despachar algo, devolva a natureza apenas o que é da natureza, como os búzios, os otás (pedras), e em caso de roupas e outros objetos doe ou jogue realmente no lixo doméstico, pois ele segue para o tratamento adequado.

Com essas precauções estamos louvando o orixá Onilé, a mãe natureza e também mudando um pouco a imagem de nossa religião.